Brasil. Maior operador perde quota de audiência para a TV Record
Os dados sobre televisão no Brasil mostram uma queda da Globo e ascensão das concorrentes. No entanto, deixam bem claro que a TV Globo goza de uma liderança que poucos países do mundo concedem a uma emissora. Os dois lados têm algo a comemorar: a Globo perde espaço, mas é líder com folga, e a Record está a crescer muito, mas não alcança a metade da fatia global.
Os números indicam que, em 2004, a TV Globo conseguia médias de 24,2 pontos do Ibope (sistema de medição em que cada ponto correspondendo a 55 mil TV ligadas em São Paulo). Já em 2008, a média da Globo está abaixo de 20 pontos, pela primeira vez na história. Os dados mostram a Globo com 19,5 pontos, no horário nobre, entre as 19.00 e as 24.00. Uma das novelas que passa nesse horário é A Favorita, exibida na SIC.
Enquanto isso, a TV Record, que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), do bispo Edir Macedo, comemora: está em 2.º lugar, com 7,5 pontos de média. Teve um crescimento de quase 130% no período (o que é sensacional) mas, mesmo assim, não atinge a metade de audiência da líder. O SBT, de Sílvio Santos, que era o 2.º colocado, caiu de 7,7 pontos médios para seis pontos e está em 3.º. Esta estação sempre esteve muito atrelado à direcção e à presença do próprio dono, que participa pessoalmente nos programas com assistência. Em razão dessa centralização, o esquema mostra certa fadiga e as audiências estão em queda. Esses dados foram publicados pela coluna Ooops!, do jornalista especializado em TV Ricardo Feltrin.
A Record explicou que seu sucesso se deve à audiência dos telejornais e, principalmente, às novelas. Embora com sede em São Paulo, a Record optou por criar um centro de produção - o Recnov - no Rio de Janeiro, onde trabalha a maioria dos artistas, em razão de ser essa cidade a sede da TV Globo, com seu espectacular centro de produção, o Projac.
Em seguida surgem Band e Rede TV!, que não assustam os líderes e a TV CNT, que cede grande parte de seu horário para programas independentes, de nível duvidoso. Quanto à TV pública, a TV Brasil, está ainda em fase de reestruturação - a partir da TVE do Rio de Janeiro - e a sua audiência também não incomoda os líderes. No Brasil, o mercado de TV sempre foi privado e os operadores públicos não têm tradição de obter boa fatia junto ao público.
FONTE: DN